Contratação de profissionais acima de 50 anos de idade. Vale a pena?

Sobre fundo verde, título Vozes Inclusivas em fontes brancas no canto superior esquerdo e título do artigo logo abaixo. À direita, foto circular de Daniel, homem branco de óculos.

Em um país em que, segundo dados do IBGE 2021 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 36,3% da população tem acima de 50 anos, as oportunidades de emprego para essa faixa etária ainda são restritas. A participação desse grupo não ultrapassa os 10% em muitas empresas, conforme estudo da empresa Maturi e da consultoria EY Brasil.

Ainda segundo dados do IBGE, houve um aumento importante na participação de trabalhadores acima de 50 anos no mercado de trabalho. Em 1992, a taxa de participação de pessoas entre 50 e 59 anos era de 39,2%, enquanto em 2020, esse número subiu para 62,6%. No mesmo período, a taxa de participação de profissionais com mais de 60 anos passou de 3,4% para 8,6%.

Esse aumento na participação de profissionais com mais de 50 anos no mercado de trabalho pode ser atribuído a diversos fatores, como o aumento da expectativa de vida, a necessidade de complementar a renda na aposentadoria, a busca por atividades que tragam satisfação pessoal e o reconhecimento de que a experiência e o conhecimento adquiridos ao longo da vida podem ser valiosos para as empresas.

No entanto, ainda há muitos desafios a serem enfrentados para garantir que esse universo de trabalhadores e trabalhadoras tenham as mesmas oportunidades e condições de trabalho que aqueles mais jovens. É importante que as empresas implementem políticas de inclusão e valorizem a diversidade etária em suas equipes, reconhecendo as habilidades e competências dos talentos com mais idade e oferecendo oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal.

Nas empresas é importante procurar transformar o conflito de gerações em convívio de gerações.

Sabemos atualmente que em diversas empresas existem 4 gerações trabalhando juntas: Baby Boomers, a geração X, a geração Y (também conhecida como Millennials) e a geração Z.

O conflito de gerações é um fenômeno social que ocorre quando diferentes gerações possuem valores, expectativas e formas diferentes de lidar com o mundo ao seu redor. Isso pode levar a conflitos no local de trabalho, especialmente quando se trata de colaboração, liderança e comunicação. Os conflitos de gerações podem ser particularmente desafiadores, uma vez que cada geração tem sua própria forma de ver o mundo, seus próprios valores e crenças.

No entanto, é importante notar que as diferenças entre as gerações são absolutamente gerenciáveis e que, com uma comunicação clara e respeitosa, é possível superar essas diferenças e trabalhar juntos de forma produtiva. Além disso, cada geração tem suas próprias habilidades e perspectivas valiosas para oferecer, e a colaboração entre elas pode levar a soluções mais inovadoras e abrangentes, trazendo assim lucro para a operação.

As empresas podem criar um ambiente mais harmonioso e produtivo, estabelecendo políticas de inclusão, diversidade e equidade, além de programas de treinamento e desenvolvimento que ajudem a criar uma cultura de colaboração e respeito mútuo. As empresas também podem incentivar a formação de equipes multigeracionais para ajudar a promover a diversidade de pensamento e trazer diferentes perspectivas para a resolução de problemas.

Incentivar este convívio de gerações, tende a trazer harmonia no ambiente de trabalho e abertura para o aprendizado dos mais jovens com os mais velhos e vice-versa.

Algumas formas de transformar o conflito de gerações em convívio de gerações:

Vantagens em contratar profissionais acima de 50 anos

Apesar destas vantagens, infelizmente, a discriminação por idade ainda é um problema em muitos setores, com alguns empregadores consciente ou inconscientemente preferindo contratar candidatos mais jovens, desta forma, o viés inconsciente deve ser evitado de alguma forma.

Mas, quais os motivos que levam gestores a excluírem pessoas com mais de 50 anos em seus processos seletivos? Vide abaixo alguns deles:

Empregar profissionais com mais idade traz a inclusão, diversidade e equidade para dentro da empresa. Se existe uma diversidade que todos, sem exceção, seremos parte é a diversidade etária. Desta forma, é fundamental que as lideranças com menos idade e principalmente as com mais idade estimulem a contratação de profissionais acima de 50 anos e pavimentem esta avenida que será trafegada por elas mesmas no futuro.

Daniel Blumen é formado em Comunicação Social. Com pós-graduação em Marketing pela ESPM, MBA em Administração Estratégica pela FIA e Mestrado em Gestão de Pessoas pela FGV-EASP. Foi executivo em segmentos da construção civil e farmacêutico por 24 anos, atuando como Head de Inovação e Diretor de Marketing. Há 5 anos tornou-se sócio da Blumen Consultoria, empresa de recolocação profissional.