4 lições que eu quero ensinar com o meu livro Imperfeitos
Olá, meu nome é Julie Goldchmit, tenho 25 anos e sou portadora do Transtorno de Espectro Autista (TEA). Quando eu nasci, meus pais ouviram dos médicos que eu jamais seria capaz de falar ou andar. Estudar, aprender idiomas e trabalhar? Nem em sonhos. Minha família e eu passamos anos sem ter um diagnóstico – como muitas pessoas no Brasil – e somente aos 15 anos ele chegou: autismo.
Eu sempre falo que para mim nada mudou, eu continuava querendo o que sempre quis: fazer amigos. Para os meus pais e a minha irmã Mia, foi um baita alívio: agora eles podiam buscar informação e me compreender melhor, ajudar a me desenvolver. O que de fato aconteceu. Com muito esforço e dedicação da minha parte e toda a minha família, eu não só consegui falar e andar, como me formar na escola regular, aprender dois idiomas, ler muitos livros (minha paixão) e o que me trouxe até aqui: entrar no mercado de trabalho!
Contando assim em dois parágrafos parece que foi uma jornada rápida e sem percalços, mas essa é só uma versão resumida. A versão completa, e que eu quis muito contar para que outras pessoas autistas se reconheçam e a sociedade compreenda melhor a importância da inclusão, eu escrevi no meu livro recém-lançado: Imperfeitos – Um relato íntimo de como a inclusão e a diversidade podem transformar e impactar o mercado de trabalho (Editora Maquinaria).
Muito do meu livro nasceu das coisas que eu escrevi no meu diário, durante um momento particularmente triste da minha história. Até ocupar o cargo de assistente de marketing na Unilever, empresa onde trabalho há três anos, foram diversas tentativas frustradas de inserção no mercado de trabalho e muitas situações tristes. Em um dos períodos em que estava procurando oportunidade para mostrar que eu também podia trabalhar, comecei a escrever, a contar o que eu pensava.
Essas páginas, anos depois, deram origem à base para o meu livro e neste artigo, eu gostaria de te convidar a conhecer e ler o meu livro, além de destacar as quatro principais lições que eu gostaria que as pessoas aprendessem com ele:
SOMOS TODOS IMPERFEITOS: a primeira delas serve para todas as pessoas e é a de que, independente se você se enquadra em algum tipo de deficiência reconhecida pela Medicina, a verdade é que todos somos IMPERFEITOS. Todos temos dificuldades, erramos, temos qualidades e dificuldades, independente de qualquer coisa.
SEJA A INSPIRAÇÃO: se no seu círculo não tem ninguém falando sobre inclusão, ou se você Pessoa com Deficiência (PcD) não se vê representada, busque ser quem levanta a discussão. Depois de lançar o livro eu vi o quanto é importante a gente ter alguém em quem se inspirar e busco ser essa pessoa. Mostrar que não vai ser fácil, mas que eu não sou a única que pode conseguir, todos somos imperfeitos e capazes.
QUERER É DIFERENTE DE SER INCLUSIVO: muitas empresas dizem que querem ser mais inclusivas e algumas até abrem vagas para profissionais com deficiência, mas a maioria não é de fato. Ser inclusivo não é apenas abrir uma vaga, é entender que, assim como qualquer outro novo funcionário, a pessoa com deficiência vai precisar de tempo e paciência para se adaptar. E mais, ser inclusivo é entender o que aquela pessoa em específico precisa para dar o seu melhor.
INCLUSÃO É CRESCIMENTO PARA TODOS: incluir profissionais com deficiência não é um favor, não é caridade, é ganho para a sociedade como um todo. Com o apoio da minha editora, pude trazer no meu livro muitos dados que mostram o quanto todo o mercado de trabalho ganha ao se tornar mais inclusivo. Os profissionais se desenvolvem, ganham mais autonomia como cidadãos que também somos (e muitas vezes ignorados), as empresas crescem e o país todo se torna melhor.
PARA SABER MAIS
Caso deseje saber mais sobre o livro IMPERFEITOS, acesse: https://maquinariaeditorial.com.br/imperfeitos.
Para adquirir, seguem algumas dicas de lojas virtuais: